Da operação à liderança na hotelaria – Parte 1

Parte 1 – O Problema e o Impacto

Quando um excelente operacional não é (ainda) um bom líder

Na hotelaria é comum promover quem “segura a operação”: a rececionista que domina sistemas e reclamações, o chefe de sala que garante serviço impecável, o supervisor de andares que conhece cada detalhe. Faz sentido, conhecem o terreno, têm credibilidade e resultados.

Mas excelência operacional não significa liderança eficaz.
Sem preparação específica, a promoção pode transformar um talento em gestor sobrecarregado e uma equipa coesa num grupo de pessoas desmotivadas e reativas.

O mito da promoção “natural”

Promover o melhor operacional parece lógico, mas esconde armadilhas:

  • O colaborador brilha a “fazer”, mas não sabe ainda “fazer acontecer pelos outros”.
  • Surge ambiguidade de papéis: ontem colega, hoje “chefe”.
  • A falta de ferramentas de liderança mina a confiança e a autoridade.

Impacto negativo na operação

  1. Clima e retenção – conflitos entre ex-colegas, aumento de absentismo e saída de talentos.
  2. Qualidade de serviço – SOPs ignorados, briefings fracos, mais reclamações.
  3. Performance económica – escalas mal feitas, desperdício em F&B, custos de pessoal descontrolados.
  4. Risco – falhas em HACCP, segurança ou auditorias internas.

👉 Resultado: o novo diretor sofre, a equipa perde motivação e o hotel sente os efeitos diretos no serviço e nos resultados.

📌 No próximo artigo (Parte 2) vamos partilhar como preparar diretores operacionais para liderar com impacto e como transformar promoções de risco em histórias de sucesso.